“O que a voz cala, o corpo fala”. Hm, de que forma? E o que tem o corpo a ver com trauma?
Comecemos a responder com uma pergunta também: como sabe que está com ansiedade, quando está ansioso?
Talvez o seu coração bata mais rápido, exista respiração pouco profunda e tenha dificuldade em ter uma boa noite de sono – todos estes, fenómenos que têm lugar no seu corpo.
Também o corpo, e não só a mente, é palco do trauma.
Vejamos: perante um evento traumático, o sistema nervoso prepara-nos para nos protegermos de uma ameaça.
Fá-lo desencadeando uma série de fenómenos corporais: produção de hormonas do stress, aumento da pressão sanguínea, desviando do estômago para músculos e os rins o fluxo sanguíneo (de forma a permitir que nos movimentemos mais rápido), entre outros.
O trauma acontece quando nos é, por algum motivo, sequestrada a possibilidade da auto-proteção, assim como a de sentirmos completamente as emoções que esse evento gera em nós.
O resultado disso é a continuação do senso de estarmos em perigo.
E se não resolvermos essa situação? “O corpo fala”.
Os sintomas que aqui referimos são algumas formas de o corpo o fazer.
No início do processo de cura:
? É normal não haver consciência de situações ou “gatilhos” que nos deixem ativados.
? E está tudo bem em estranhar a ideia do corpo como capaz e efetivo mensageiro.
Afinal, o corpo é um interveniente em falta, apesar de necessário, na cura de trauma.